Reabilitaçao do pavimento da rodovia SP-79.

O uso do concreto como revestimento e base em recapeamentos de pavimentos asfálticos, chamado whitetopping ou “cobertura branca”, aplica-se em qualquer tipo de via, rodovias, vias urbanas, portos e aeroportos, com o objetivo de recuperá-las.

O whitetopping, quando executado encaixado, recebe o nome de Inlay, muito utilizado nos corredores exclusivos de ônibus urbanos e BRTs (e também em perimetrais e marginais) em diversas cidades no Brasil, há muitos anos. Esta tecnologia tem se mostrado a melhor, senão a única, solução de engenharia para a reabilitação de pavimentos asfálticos existentes, tanto sob o aspecto técnico quanto econômico.

BR 163/364, trecho da Serra de São Vicente-MT.

TECNOLOGIA / WHITETOPPING

Concreto sobre pavimento asfáltico

Whitetopping é a técnica de reabilitação de pavimentos asfálticos com o uso do concreto de cimento portland, que é aplicado diretamente sobre os revestimentos deteriorados, com ou sem camadas de nivelamento. De modo geral, exige poucos serviços de reparação prévia do pavimento asfáltico existente. Consagrada nos Estados Unidos, a técnica foi empregada com sucesso no Brasil, em obras como: BR-290 (trecho Porto Alegre a Osório), SP-103/79, em São Paulo, e na Serra de São Vicente (BR 163/364) próximo a Cuiabá/MT.

 

O whitetopping amplia de forma definitiva a vida útil e a capacidade de carga dos pavimentos, tendo custo de construção altamente competitivo. Tem espessura mínima de 10 cm e pode ser aplicado em pavimentos flexíveis com qualquer estado de degradação. Foi usado pela primeira vez nos Estados Unidos em 1918 e continua sendo largamente utilizado em todo tipo de situação.

Principais vantagens

  • A preparação da superfície deteriorada é mínima, reparando-se principalmente “panelas” existentes ou fresando a superfície (no caso de existência de trilhas de roda consideráveis).
  • Vida útil acima de 20 anos.
  • Como todo pavimento de concreto, economiza energia elétrica de iluminação e combustível.
  • É colocado diretamente sobre o pavimento asfáltico existente, requerendo a preparação da superfície somente em estágios avançados de degradação.
  • Ideal para tráfego pesado, intenso e repetitivo.
  • Usa concreto comum.
  • Elimina a reflexão de trincas.
  • Aumenta a segurança do usuário.
  • É sustentável.

Aplicações

O sistema pode ser aplicado em qualquer pavimento flexível com superfície deteriorada, seja em estradas, aeroportos, portos, grandes avenidas, marginais, ruas urbanas, corredores de ônibus etc.

Procedimento de execução

  • Avaliação das condições do pavimento flexível.
  • Ensaios para a avaliação da condição de suporte de carga do pavimento a ser recuperado.
  • Preparação da superfície, se necessário, tapando buracos (“panelas”) existentes e fresando as regiões que apresentem grandes deformações, como trilhas de rodas excessivas.
  • Definição do tipo de equipamento de pavimentação adequado ao porte da obra, podendo ser desde uma régua vibratória até uma vibroacabadora de fôrmas deslizantes.
  • Com a superfície pronta para ser reabilitada, o concreto deve ser monitorado para atender às exigências do projeto.
  • O concreto deve ser aplicado sobre a superfície pré-lavada com água limpa e depois adensado.
  • Imediatamente após a concretagem é feita a texturização da superfície e a aplicação do produto de cura química.
  • Por fim, serram-se as juntas, que devem ser seladas.

Passo a passo do sistema

  1. Fresagem do asfalto – Fresagem executada em pontos localizados se necessário.
  2. Instalação do Sistema de Referência – Dois cabos de aço nas laterais ao equipamento; quatro sensores (dois de cada lado).
  3. Lançamento do concreto dosado e pré-misturado em usina, com a utilização de caminhões basculantes, quando utilizada a vibroacabadora de fôrmas deslizantes. No caso de equipamento de pavimentação de pequeno e médio portes, fôrmas trilho ou régua vibratória, utiliza-se usina apenas dosadora e caminhões betoneiras.
  4. Lançamento do concreto – Em função da largura da pista, pode ser utilisada uma escavadeira hidráulica na frente da pavimentadora.
  5. Barras de transferência – Colocação manual se o equipamento não possuir insersor automático de barras (DBI).
  6. Espalhamento e Vibração do Concreto.
  7. Colocação das barras de ligação manualmente, se o equipamento não possuir insersor automático.
  8. Acabamento – Desempeno mecânico com Auto float SP 500 e Float Pan CMI SF 3004.
  9. Acabamento manual com com float e rodo de corte.
  10. Texturização manual ou mecânica.
  11. Cura química – Manual (quando não há possibilidade de uso de equipamento mecanizado) ou Mecânica, por meio de equipamento chamado de texturizadora e aplicadora de cura química.
  12. Serragem das juntas.
  13. Selagem das juntas.
  14. Juntas de construção – São executadas manualmente. Devem ser tomados cuidados no nivelamento da fôrma, que deve ser preferencialmente metálica.